Cerca de quatro dezenas de pessoas concentraram-se esta sexta-feira, 14 de Junho, em frente ao Hospital de Santarém numa vigília organizada pelo Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos, que reclama o acesso a melhores cuidados de saúde.
“Não estamos nem contra os médicos, nem contra os enfermeiros, nem contra os trabalhadores, mas estamos preocupados face às denúncias que nos têm chegado sobre o que tem acontecido no hospital de Santarém”, explicou à Lusa Augusto Figueiredo, do Movimento dos Utentes de Serviços Públicos (MUSP) de Santarém.
Segundo o representante, a preocupação dos utentes prende-se com situações denunciadas pelos próprios trabalhadores, que “ainda esta semana se queixaram que nem sequer havia aventais para dar banho aos utentes” e com outras divulgadas por doentes que chegarão a estar ali “quatro ou cinco dias numa maca num corredor ou outros sentados nos corredores a levar soro”.
A estas situações, referiu Augusto Figueiredo, juntam-se “a falta de médicos e enfermeiros e a falta de medicamentos para tratamentos oncológicos ou para hemodiálise”.
Contactado pela Lusa, o administrador do hospital, José Josué, assegurou que as populações da influência da unidade “podem ficar tranquilas porque não há qualquer indicação de alteração da estrutura assistencial”.
O movimento diz ainda ter “fundadas preocupações” em relação a uma alegada “perca de valências como a “maternidade, oftalmologia e otorrino, porque uma das hipóteses que está a ser estudada pelo Ministério da Saúde é não haver valências repetidas num raio de 100 quilómetros.”
O MUSP sustenta que “é preciso lutar com vigílias, com comunicados e abaixo-assinados que chamem à responsabilidade” os governantes, alertando-os de que “esta política é uma máquina de fazer doentes e de dar cabo do que são os nossos direitos sociais”.
As queixas que hoje levaram a concentrar-se em frente ao Hospital Distrital de Santarém pessoas de Torres Novas, Abrantes e Rio Maior (numa iniciativa que contou com pouca adesão de habitantes de Santarém) já foram transmitidas à administração hospitalar, mas o MUSP “continua à espera de esclarecimentos”, remetidos para quando estiver constituído o conselho consultivo.
Segundo o administrador José Josué, o Hospital Distrital de Santarém “é uma estrutura consolidada e adequada à população que serve” e as pessoas “podem ter confiança que tudo faremos para manter a qualidade”.
O Hospital Distrital de Santarém tem uma área de abrangência de 200 mil pessoas distribuídas por nove concelhos.
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