sexta-feira, 7 de junho de 2013

Será que isto é possível?

Há médicos de família à espera da uma assinatura para poder trabalhar

Reportagem de Liliana Carona em Penalva do Castelo
  • Áudio Jornalista Teresa Almeida ouviu as queixas do sector 
“O mais chocante é termos médicos de família sem doentes, doentes sem médicos de família e contratarmos médicos no estrangeiro. É a desorganização”, critica o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar.
06-06-2013 6:30
Há 120 médicos à espera da assinatura do ministro da Saúde para serem colocados no Serviço Nacional de Saúde. O concurso de Maio já leva um mês de atraso e bastava que os dois concursos anuais existentes fizessem parte da legislação, para que o problema fosse, de vez, resolvido. 

O problema é político. Sem a autorização do ministro Paulo Macedo, as Administrações Regionais de Saúde não podem abrir concursos e sem concursos as vagas existentes para médicos de família também não podem ser preenchidas. 

“O mais chocante é termos médicos de família sem doentes e doentes sem médico de família, e estarmos a contratar médicos no estrangeiro. É a desorganização”, critica o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Rui Nogueira. 

O problema resolvia-se, diz, se estivesse legislado e não dependesse de um despacho. 

“Devia haver uma legislação corrente. Numa situação de falta de médicos, em que nos pedem um esforço para formar mais, não faz sentido que seja necessário um despacho excepcional para admitir [médicos], como se fosse uma coisa que só acontece uma vez de vez em quando”, afirma Rui Nogueira à Renascença. 

Todos os anos, a abertura de concursos para o ingresso de médicos no Serviço Nacional de Saúde ocorre em Maio e em Novembro. O primeiro deste ano está com um mês de atraso e sem a assinatura de Paulo Macedo. Entretanto, estão 120 médicos à espera de suprir carências. 

A Renascença pediu esclarecimentos ao Ministério da Saúde, mas ainda não obteve resposta. 

Ouça também a reportagem em Penalva do Castelo, onde há utentes a recorrer ao privado por falta de resposta do público, onde são recorrentes as queixas de falta de médicos. A reportagem áudio não está disponível para os dispositivos móveis.

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