terça-feira, 31 de julho de 2012

41,8% dos portugueses não consegue suportar todos os gastos com a saúde

41,8% dos portugueses não consegue suportar todos os gastos com a saúde
Os portugueses estão a abdicar de comprar medicamentos prescritos pelos médicos por falta de dinheiro. A despesa do Estado com medicamentos está a diminuir, embora se comprem mais medicamentos em Portugal.
As famílias portuguesas não conseguem fazer face a todas as despesas de saúde, ainda que façam uma gestão de prioridades no orçamento, mostra um estudo de opinião realizado pela Cegedim em parceria com a Netsonda, entre 2 e 10 de Maio, e divulgado esta terça-feira pelo jornal "Público".
No sector da saúde a maior preocupação revelada pelos inquiridos foi a qualidade dos serviços prestados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) a que recorrem 65,5% dos portugueses.

Seguem-se os seguros privados que 22,5% dos inquiridos dizem utilizar e por último a ADSE, de que usufruem 22,1%.
Apesar da percentagem de utilizadores do SNS ser elevada, as famílias continuam a sentir dificuldades em suportar os gastos com a saúde.
Cerca de 35% do total da amostra reconhece que nos seis meses anteriores ao inquérito não comprou medicamentos prescritos pelo médico por questões financeiras.

Dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal encontra-se entre os países em que a despesa privada assume maior peso na saúde e dentro desta é a despesa com medicamentos que ocupa a maior proporção.
Quando questionados em relação aos principais receios relativamente à saúde, numa escala de zero a dez, a maior preocupação revelou-se ser o "receio de perda de qualidade no SNS" (8,72 pontos), seguido do preço dos medicamentos (8,2 pontos) e das taxas moderadoras e das consultas no sector privado (8,2 pontos). No fim da lista estão as faltas ao trabalho para ir às consultas (4,83 pontos).
Na hora de comprar medicamentos 69,1% dos inquiridos disse preferir os genéricos. Este tipo de medicamentos atingiu em Junho o valor mais baixo dos últimos cinco anos, segundo o Infarmed. O volume da quota de mercado dos genéricos chegou já aos 25,2%, em Portugal. O consumo de medicamentos aumentou, mostram os mesmos dados, porém os gastos do Estado em comparticipações continuam a diminuir, o que representa uma maior parcela paga pelos doentes.

Interrogados sobre as áreas em que cortariam para manter o investimento no sector da saúde, os portugueses escolheram as Obras Públicas e a defesa. O estudo contou com uma amostra de 100 mil participantes, de ambos os sexos, com mais de 18 anos, de todo o território nacional, registados no painel online da Netsonda desde 2000, escolhidos aleatoriamente. A margem de erro é de 3% para um intervalo de confiança de 95%
In  ( Jornal Negócios )

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