Cerca de 200 professores na vigília em defesa da escola pública em Santarém
em destaque, twitter, ÚltimasQuinta-feira, Julho 19th, 2012Cerca de 200 professores e educadores participaram na vigília em defesa da escola pública que teve lugar no Largo do Seminário em Santarém. Esta vigília inseriu-se no movimento de protesto que mobilizou milhares de professores em várias cidades do país.
Convocada através do Facebook e de mensagens de telemóvel, a vigília iniciou-se às 19 horas de quarta-feira e só terminou ao meio-dia desta quinta-feira, mobilizando professores de várias escolas de Santarém e dos concelhos vizinhos.
Os professores e educadores presentes na vigília aprovaram e assinaram uma “carta aberta ao primeiro-ministro e ao ministro da Educação”, na qual protestam contra o aumento de horários zero e despedimentos de professores, e contra a degradação do ensino provocada pelas alterações trazidas por este governo.
“As escolas e os professores e educadores dos ensinos básico e secundário têm sido alvo de um despejar constante de legislação e alterações de regras para o próximo ano letivo que irão prejudicar gravemente a vida das escolas, dos professores e principalmente dos alunos”, lê-se no documento.
Além da consolidação e do “alargamento desmesurado de Mega agrupamentos”, consideram que o governo “mandou para as escolas todo um conjunto de novas regras que assentam em pressupostos errados”. Consideram que o Ministério da Educação “mandou reduzir a carga horária de disciplinas estruturantes, contrariando o parecer do Conselho Nacional de Educação e ignorando a participação dos professores na revisão curricular”.
Os professores criticam o Ministério por ter “aumentado do número de alunos por turma, no pressuposto de que este fator é indiferente para o desempenho dos professores e para a aprendizagem dos alunos”, questionando se “haverá alguém que acredite nisto?”
O Ministério é também acusado de ter “aumentado a carga horária de todos os professores em dois tempos letivos, no pressuposto de que os professores trabalham pouco, ignorando que a maioria está sujeita a cargas de trabalho já causadoras de grande desgaste físico e psicológico”.
Os professores censuram a “diminuição do crédito horário para o exercício do cargo de diretor de turma, no pressuposto de que não é importante e complexo, e ignorando-o como um dos cargos fundamentais para o acompanhamento e sucesso dos alunos e da escola e um elemento chave de ligação com a família”.
Merece também reparo o facto de ter “mandado interromper o percurso dos alunos dos cursos EFA, iniciados no presente ano letivo, no pressuposto de quem se inscreve num curso e frequenta parte dele não tem direito de o concluir”.
Consideram que é “irracional o governo excluir professores em todas as escolas, empurrando milhares para o desemprego imediato ou a curto prazo, incluindo milhares de professores dos quadros de escola efetivos, muitos com mais de 30 anos de serviço e 50 de idade, e provocando a sobrecarrega, para além do limite do que é humanamente possível, dos professores que fica m na escola, pondo em causa todo o processo de ensino e de aprendizagem”.
Os subscritores da carta aberta consideram que “não estão reunidas condições para iniciar o próximo ano letivo, pelo que estão dispostos a recorrer às formas de luta que acharem mais adequadas”.
Entre os cerca de 200 professores que participaram na vigília em Santarém, contou-se o histórico dirigente sindical e professor Augusto Figueiredo que denunciou a grave situação que se vive nas escolas, o clima de medo que se instalou.
FOTOS E MAIS INFORMAÇÃO em
http://www.oribatejo.pt/2012/07/cerca-de-200-professores-na-vigilia-em-defesa-da-escola-publica-em-santarem/
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