13/07/2012 - 14:31
Mais de 50 carros participaram, hoje de manhã, numa marcha lenta de protesto contra o encerramento da extensão do posto de saúde de Alvito, em Barcelos, noticia a agência Lusa.
Os manifestantes juntaram-se depois em frente ao centro de saúde de Barcelos.
A extensão de saúde de Alvito, que servia cerca de 1.900 utentes, está encerrada há 15 dias e os habitantes da freguesia dizem estar a ser "roubados" e "esquecidos".
Em declarações à Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Altivo, José Silva, explicou que os utentes da freguesia serão agora atendidos na extensão de saúde de Lijó, a cerca de seis quilómetros, mas, disse, "não há transportes públicos directos de uma freguesia para a outra".
A encabeçar a marcha, que demorou cerca de duas horas a percorrer os 25 quilómetros entre a antiga extensão de saúde da freguesia e o Centro de Saúde de Barcelos, seguia um tractor com um atrelado, que carregava um caixão, em "sinal de luto pela freguesia".
José Silva afirmou à Lusa que "o Governo está a tirar tudo a Alvito", explicando que "já retiraram daqui a escola e agora o centro de saúde", situações que o autarca classificou como "roubo".
Para este responsável, "estas medidas só vão fazer com que a população abandone cada vez mais a freguesia".
Quanto ao encerramento de Centro de Saúde, o presidente da Junta de Alvito manifestou desagrado e preocupação.
"A nossa população é bastante envelhecida. Não sei como vão fazer para ir ao médico e ter acesso aos cuidados de saúde que precisam", disse.
Isto porque, segundo explicou, "não há autocarros directos entre Alvito e a freguesia de Lijó", a cerca de seis quilómetros, "pelo que a população tem que ir ao centro de Barcelos, apanhar outro autocarro e voltar para trás".
Estas "voltas põem em causa a saúde destes utentes, além de que é uma injustiça".
António Cruz, de 65 anos, é um dos utentes da antiga extensão de saúde, que agora terá que se deslocar a Lijó.
"Não tenho carro, nem bicicleta. Ou ando aqueles quilómetros todos para um lado e para o outro de autocarro ou apanho um táxi. Só que com 250 euros de reforma por invalidez não há dinheiro para isso", expôs à Lusa.
Os manifestantes queixaram-se ainda de estarem a ser "esquecidos" pelas autoridades e puseram em causa a autoridade do actual director do Centro de Saúde de Barcelos.
"Ninguém nos ouve. Tentámos chegar ao diálogo com o director do centro de saúde, mas ele diz que está demissionário. Não se digna sequer a descer as escadas para falar", disse o autarca.
A Lusa tentou falar com aquele director mas, até ao momento, não foi possível.
Os habitantes de Alvito prometeram "não desistir" e, decorridas mais de três horas desde o início do protesto, ainda estão reunidos em frente ao Centro de Saúde de Barcelos.
"Vamos ficar aqui até alguém responsável nos dar ouvidos", afirmaram.
(in RCM Pharma)
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