Protesto
Quatro mil em marcha pela Saúde na região Oeste
08.07.2012 - 09:23 Por LusaQuatro mil em marcha pela Saúde na região Oeste
Cerca de 4000 pessoas marcharam sábado à noite em simultâneo nas cidades de Peniche, Torres Vedras e Caldas da Rainha em defesa dos serviços hospitalares, numa iniciativa promovida pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde.
“Estimamos que se tenham concentrado em frente ao hospital cerca de 3000 pessoas, num sinal muito claro ao ministro [da Saúde] para que pondere muito bem o relatório final sobre a reorganização hospitalar, porque não admitimos não ser ouvidos nem aceitaremos qualquer decisão”, disse António José Correia (CDU), presidente da câmara de Peniche, à Lusa.
A cidade, onde a reorganização hospitalar que está a ser estudada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) prevê o encerramento dos serviços de urgência, bateu o recorde de adesão à marcha simultânea promovida pela Plataforma Oestina de Comissões de Utentes da Saúde, que arrancou nas três cidades às 21h.
Ao som de um grupo de acordeões e acompanhados de ranchos e colectividades do concelho, a marcha de Peniche foi não só a mais concorrida como a mais reivindicativa, com a população a exigir ao ministro Paulo Macedo que “não remeta para as administrações hospitalares a decisão de encerrar as urgências e que assuma essa decisão política”, acrescentou António José Correia.
Torres Vedras e Caldas da Rainha registaram adesão de entre 400 e 500 pessoas, que ouviram das respectivas comissões palavras de ordem em defesa das valências dos hospitais e recados à tutela para que comissões e autarquias sejam ouvidas na reorganização, exigindo “equidade no acesso das populações de todos os concelhos aos cuidados de saúde”, afirmou António Curado, da Plataforma.
“Através desta acção interpelamos mais uma vez o ministro a que responda aos pedidos de audiência e que ouça as comissões que são quem pode trazer algum bom senso a todo este processo”, enfatizou Jorge Ferreira da Comissão de Utentes de Saúde – Torres Vedras, responsabilizando o governo pelo “desmantelamento dos serviços hospitalares que não pode conduzir a uma poupança à custa de vida humanas”.
As marchas que terminaram nas três cidades cerca de hora e meia depois de iniciadas, foram mais uma das acções de protesto que tem marcado a contestação popular à reorganização hospitalar que prevê a fusão do Centro Hospitalar Oeste Norte (que integra os hospitais das Caldas da rainha, Peniche e Alcobaça) e o centro hospitalar de Torres Vedras (composto pelo hospital distrital e Sanatório José Maria Antunes) num centro hospitalar único para todo o Oeste.
O secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, garantiu, em Março, que nenhuma decisão seria tomada sem ouvir os municípios, mas a ARSLVT admitiu ter sido enviado ao Ministério um relatório final, sobre o qual as autarquias e comissões ainda não foram ouvidas.
Depois da marcha simultânea a plataforma anunciou uma nova acção de protesto, um debate agendada para a próxima sexta-feira, em local ainda a confirmar, e que contará com a participação de Ana Escoval, da Escola Nacional de Saúde Pública e dos bastonários das ordens dos médicos e a dos enfermeiros.
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