terça-feira, 17 de julho de 2012

ALPIARÇA: Vigilia por mais médicos

Vigília de protesto contra falta de médicos juntou meio milhar em Alpiarça




Mais de meio milhar de pessoas pessoas participou, esta terça-feira, na vigília em defesa do serviço de saúde em Alpiarça, exigindo a substituição urgente dos dois médicos que saíram de Alpiarça recentemente, deixando cerca de 4.000 pessoas sem médico de família.
Apesar do muito calor que se fez sentir na terça-feira, foram muitos os que compareceram ao protesto, entre os quais se destacaram o presidente da Câmara de Alpiarça Mário Pereira e os vereadores da CDU, o deputado do PCP António Filipe, o representante do Grupo Parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes Francisco Madeira Lopes, entre muitos outros.
Durante duas horas, a tribuna instalada junto ao Centro de Saúde permitiu muitos utentes darem público testemunho das enormes dificuldades que sentem no acesso aos serviços de saúde públicos, assim como algumas intervenções políticas.
O deputado António Filipe afirmou a sua solidariedade com a luta da população de Alpiarça e deu conta de que ainda esta segunda-feira apresentou na Assembleia da República uma pergunta ao governo sobre a necessidade de resolver o problema da falta de médicos de família em Alpiarça. “Não fazemos questão na nacionalidade dos médicos que venham a ser colocados em Alpiarça, embora os dois médicos de nacionalidade cubana tenham deixado uma excelente imagem junto da população que serviram até ao mês passado, queremos é que o problema seja rapidamente resolvido”, afirma António Filipe. “Temos 4.000 pessoas em Alpiarça sem médico de família, numa população diversificada e de idade avançada, isto não pode continuar assim, estamos a falar de direitos, não de privilégios”, sublinha o deputado comunista.
“Dizem que não há dinheiro para a saúde, mas não mexeram nas parcerias público privadas que sugam os dinheiros públicos, e transferem os custos dos serviços de saúde, de educação e outras para os cidadãos e as autarquias”, declarou Francisco Madeira Lopes, dos Verdes.
O presidente da Câmara de Alpiarça deu conta das ações que realizou junto do Ministério da Saúde e da ARS – Administração Regional de Saúde para tentar resolver o problema da falta de médicos. Contou que na última reunião, no dia 11 de julho, o presidente da ARS garantiu que os dois médicos cubanos seriam substituídos logo que a Ordem dos Médicos desbloqueasse o processo de certificação, mas a Ordem reprovou os novos médicos no exame de comunicação médica, impossibilitando assim a sua entrada ao serviço. “Vou continuar a insistir junto do Ministério da Saúde para que o problema seja resolvido”, garantiu o presidente Mário Pereira.
Silvina Santos contou que chegou ao centro de saúde às 6h00 na terça-feira e já não conseguiu consulta. “Já há pessoas a vir às 4h00 para a porta do centro de saúde para conseguirem uma consulta médica”, afirma esta utente sexagenária. Elizabete Relvas, coordenadora da Comissão de Utentes de Alpiarça incentiva as pessoas a pedirem o livro de reclamações do centro de saúde e assinarem reclamações pela falta de médico.
“Até pessoas de Almeirim nos contatam para contar os seus problemas e procurar a forma de os resolver”, afirma Elizabete Relvas.
Almeirim vai passar a ter também uma comissão de utentes do centro de saúde, já a partir do próximo sábado, dia 21, com a realização de uma tribuna pública no auditório da biblioteca municipal. Esta tribuna pública vai contar com a participação das comissões de utentes da zona sul do distrito e estará aberta á população.
A comissão de utentes de Alpiarça tem reuniões públicas abertas à participação de toda a população às primeiras quartas-feiras de cada mês, na Casa do Povo.
No final da vigília, foi aprovada pelos cerca de 500 participantes uma moção que exige a rápida colocação dos dois médicos em falta no centro de saúde, o reforço dos serviços de enfermagem, a reabertura da extensão de saúde do frade de Baixo, e a reposição do serviço de transporte de doentes. A comissão de utentes ficou mandatada para que prossiga a sua ação em defesa do direito à saúde e do Serviço Nacional de Saúde e para que marque novas iniciativas de luta até que seja garantida a vinda dos dois médicos em falta. Elizabete Relvas deixa a garantia de que “se dentro de um mês não forem colocados aqui os dois médicos, a comissão de utentes vai realizar um nova ação de protesto, mas com mais impacto”.


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