domingo, 17 de junho de 2012

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Populares e políticos juntos em Mondim de Basto contra fecho do tribunal
17.06.2012 - 18:02 Por Lusa


Ruidosos bombos, música, bandeiras negras e a de Portugal, animaram os manifestantes que não se deixaram intimidar pela chuva que foi caindo durante a tarde.

“Queremos o nosso tribunal”, “Temos direito a tribunal”, “Mondim de Basto sem tribunal não faz parte de Portugal” ou “Um táxi para Chaves custa 75 euros”, foram algumas das palavras de ordem que se podiam ler nos cartazes.

A Praça do Município, localizada mesmo ao lado do Palácio da Justiça, encheu. Os manifestantes chegaram a pé, de carro ou nos autocarros disponibilizados pela autarquia.

Este tribunal está incluído na lista de 54 que o Governo se propõe encerrar no âmbito do novo mapa judiciário. Para Mondim de Basto, o Ministério da Justiça propõe a criação de uma extensão judicial.

Uma das vozes que se fazia ouvir no meio dos manifestantes era a de Maria Costa, que cantava “queremos o nosso tribunal, queremos o nosso tribunal”.

“Sem o tribunal, temos que ir para longe e não temos dinheiro. Com o tribunal longe só vai haver argumentos para haver mais desgraças. Se o pessoal até agora não tem medo, depois menos tem”, afirmou esta popular.

No palco improvisado na escadaria da Câmara Municipal, discursaram representes do PS, CDS, PSD, CDU e PCTP-MRPP. Todos criticaram e prometeram luta contra o encerramento desta comarca.

“Vão levar connosco até ao fim”, garantiu o presidente da autarquia, o socialista Humberto Cerqueira. Isto se a ministra da Justiça não recuar na decisão.

Apesar do endividamento da câmara, o autarca já disse estar disponível para pagar os 13.500 euros que representam o custo anual deste tribunal.

Humberto Cerqueira salientou as reformas baixas da população do concelho, os acessos difíceis e sem transportes públicos para Vila Real e Chaves e o custo do táxi, que pode fazer com que “muitos fiquem sem dinheiro para comer ou para medicamentos” se tiverem de fazer “uma ou duas deslocações” para estas cidades.

Os deputados do PS e do PSD eleitos pelo círculo eleitoral de Vila Real também mostraram a sua solidariedade.

O antigo ministro Pedro Silva Pereira anunciou que o PS vai votar qualquer proposta que apareça na Assembleia da República (AR) e preveja o encerramento de seis tribunais no distrito.

Quanto às críticas de que foi o Governo PS que assinou o acordo de assistência financeira ao país, o deputado referiu que a “troika tem as costas muito largas”.

“Mas no acordo com a troika não estava o encerramento do tribunal de Mondim de Basto”, sustentou.

Pelo PSD, a deputada Manuela Tender disse acreditar que o Governo “será sensível aos problemas da interioridade” e salientou que é “fundamental que se conheça a realidade, as acessibilidades, as dificuldades de transporte e o envelhecimento da população”.

A social-democrata não se quis comprometer com um voto contra na AR.

José Abraão, dirigente do SINTAP, afirmou que, a seguir aos tribunais, se seguem as finanças e referiu que a proposta que está em cima da mesa poderá levar ao encerramento de “cerca de 140 serviços locais”.

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